Em seu reinado na divisão dos pesos-meio-pesados do UFC, Jon Jones se tornou uma espécie de "carrasco" dos
brasileiros. Primeiro, derrotou Maurício Shogun para tomar o cinturão; depois,
enfileirou Lyoto Machida, Vitor Belfort e Glover Teixeira em três de suas sete
defesas bem sucedidas de título. Sem nenhum outro brasileiro fora os
mencionados no top 10 da divisão (Rogério Minotouro foi retirado do ranking do
UFC recentemente devido à sua longa inatividade), seria possível pensar que
"Bones" havia limpado os representantes da pátria da categoria, mas o
próprio campeão surpreendeu ao mencionar Rafael Feijão, 12º colocado, entre possíveis adversários futuros.
- Tem o Feijão. Eu gostaria de enfrentar o
Feijão um dia. Ele é um ótimo lutador, respeito muito sua carreira, o
acompanhei nos dias de Strikeforce, acho que seria uma grande luta. E, como
disseram, estilos fazem as lutas, então talvez seria uma luta interessante de
se assistir. Mas, com isso dito, eu respeito muito os lutadores brasileiros, e
o motivo de eu ter derrotado tantos brasileiros é que só enfrento os melhores,
e muitos dos melhores lutadores são brasileiros. Só tenho respeito, só estou
fazendo meu trabalho - disse Jones durante ação de divulgação do TUF Brasil 3
Final, em São Paulo, na quarta-feira.
Feijão vem de vitória sobre Igor Pokrajac em novembro do
ano passado e enfrenta Ryan Bader, 10º do ranking, no UFC 174, no Canadá, no
próximo dia 14 de junho. Uma vitória sobre o mesmo adversário credenciou Glover
a disputar o cinturão, mas, atualmente, a "fila" para desafiar Jon
Jones está mais cheia: Alexander Gustafsson é o primeiro e Daniel Cormier já
aguarda logo em seguida. Pode levar um tempo para o paulista ter a chance de
recuperar o cinturão para o Brasil.
O país, aliás, só detém um título do UFC
no momento, após a derrota de Renan Barão para TJ Dillashaw no último sábado,
em Las Vegas. Há pouco mais de um ano, no segundo semestre de 2012, o Brasil
chegou a ter quatro campeões na organização ao mesmo tempo: Barão, José Aldo,
Junior Cigano e Anderson Silva. Hoje, só Aldo permanece no topo de sua divisão,
o peso-pena. Jones, todavia, nega que o país esteja em decadência.
- Não acho que os brasileiros estão perdendo sua
supremacia, acho que é um esporte muito individual, e individualmente há muitos
talentos famintos por aí. O fato que havia quatro brasileiros campeões ao mesmo
tempo era um bônus, não era que algo normal, não era que vocês estavam dominando
o esporte. Agora, você vê campeões de outras partes do mundo, é mais normal,
mais natural. Mas há simplesmente muitos lutadores famintos por aí - analisou.
Na ausência de campeões brasileiros no UFC
para serem destaque em eventos da companhia no país, Jones está disponível para
ser o "lutador da casa" - desde que não tenha de enfrentar outros
brasileiros.
- Eu com certeza consideraria vir ao Brasil defender meu
cinturão contra meu próximo oponente. Eu adoro o Brasil e tenho muito apoio
aqui. Certamente adoraria lutar aqui, seria uma grande honra, mas nunca contra
um brasileiro. Vocês precisam fazer barulho, fazer acontecer. Vocês têm minha
declaração, eu amaria. Só não contra um brasileiro, porque vocês gritam
"Uh Vai Morrer! Uh Vai Morrer!" e eu não quero morrer - concluiu o
americano.
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